Eutanásia...
Felizmente para mim, no ambiente hospitalar e familiar em que vivo considera-se que é preciso fazer por um doente tudo aquilo que for razoável para o manter com vida. Possivelmente, a grande carência que possuem aqueles que perdem o entusiasmo de viver é a de companhia, a de solidariedade em momentos de angústia e medo, de falta de sentido de uma existência - a própria - que, erradamente, julgam ser inútil sem ninguém que lhes faça ver o incalculável valor e a transcendência de ser pessoa.
Não somos coisas que se deitam fora quando já não interessam, como fazemos com um automóvel que não compensa manter porque produz mais gastos do que serviços. O homem está a renunciar à sua própria dignidade e grandeza quando se coisifica a si mesmo: está a auto-converter-se, através da legislação, num produto, em algo que se faz quando interessa e se desfaz quando já não interessa.
Muito diferente disso é ajudar verdadeiramente a morrer, e não matar, procurando todo o bem possível para o indivíduo nos seus últimos momentos: tratando a sua dor, a sua solidão, o seu abatimento, etc.. Certamente, é algo que dá mais trabalho do que uma injecção letal, mas é mais digno e honroso para a pessoa.
1 comentário:
Estou totalmente de acordo contigo! Os cuidados paliativos destinam-se principalmente para esses casos. Pena é que a nossa política de saúde ainda esteja a dar os primeiros passos nessa matéria.M*
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