sexta-feira, novembro 26, 2004

Homossexualidade: doença ou tendência?!

Coloco-vos este tema para refelxão aqui no blog pois estive ontem num debate como palestrante a defender uma das duas posições. Sinceramente devo dizer-vos que penso que os conceitos "doença" vs "tendência" são muito redutores o que dificultam em boa parte um debate sério sobre a matéria. Esta minha abordagem não é para querer convencer-vos de alguma posição mas sim dar-vos dados ou trocar convosco opiniões que foram debatidas no debate em que estive presente que se realizou no CUMN (Centro Universitário Manuel de Nóbrega) http://www.ppcj.pt/sjprog.htm. Posso dizer-vos que o debate foi muito interessante e que foram debatidos vários pontos de vista sobre um tema que a sociedade muitas vezes evita.
Mas comecemos por definir doença: fui ver ao dicionário e deparei-me com a seguinte definição - falta de saúde, enfermidade, moléstia, sofrimento, coisa incómoda, defeito, vício, alteração física, psicológica ou fisiológica do organismo humano.

Dados Científicos - Retrospectiva Histórica:

Agosto,1991 Simon Le Vay faz um estudo sobre as células do hipotálamo em que compara as dos homossexuais e as dos heterossexuais e encontra uma relação directa entre a opção sexual e a conformação celular do hipotálamo - nos indivíduos homossexuais o tamanho das células do hipotálamo era menor do que nos heterossexuais. A grande dúvida que fica deste estudo é a seguinte: esta diferente conformação celular será a causa ou a consequência da opção sexual?

Julho,1994 Professor Dean Hamer publica um estudo na revista "Science" do trabalho que efectuou com 40 homossexuais onde descobre que em 33 dos 44 homossexuais tinham a mesma sequência do DNA provido do cromossoma X da mãe. Surge a primeira teoria que defende que a homossexualidade está relacionada geneticamente com o cromossoma X da mãe.

Janeiro,1998 Pesquisadores brasileiros ao estudarem as antenas das drosófilas (Drosophila melanogaster) descobriram um gene responsável pela existência do homossexualismo. Resultados apoiados da teoria genética da homossexualidade que mesmo sendo diferentes geneticamente dos humanos assentam sobre a mesma forma de transmissão de hereditariedade, o DNA.

Nota: apesar destes estudos científicos remontarem ao século XX, quero ressalvar o facto da homossexualidade existir desde os primórdios da civilização, sendo em que 1998 uma equipa de arqueólogos austríacos encontraram na fronteira da Áustria um corpo congelado datado de 14000 anos atrás e que estudos minuciosos concluiram que se tratava de um homossexual.

Perspectivas Psiquiátricas:

Houve uma notável transformação nos últimos 35anos. Durante grande parte do século XX a homossexualidade era vista como desvio de personalidade, sintoma de doença psiquiátrica ou a própria doença psiquiátrica. A partir dos anos 70, a Associação Americana de Psiquiatria e mais tarde outras instituições declararam que a homossexualidade não era doença e deram instruções à classe médica para que não a tratasse como tal.

Sigmund Freud viu a homossexualidade como indicação de interrupção no desenvolvimento psicológico. A psicanálise e a psicoterapia eram realizadas para corrigir a suposta patologia intrapsíquica.
Com base no trabalho de Skinner e com a subida do behaviorismo, tratamentos comportamentais passaram a competir com a psicanálise.

Associação entre Homossexualidade/Psicopatologia/Suicídio:

É sabido que aos homossexuais estão relacionados muito frequentemente distúrbios de ajustamento, stress crônico por viverem sob estigma social ou devido à vitimização aguda dando origem em muitos casos ao suicídio.


Nota: certas alterações hormonais poderão estar na origem da homossexualidade.

REFLEXÃO

Independentemente da posição que qualquer um de nós tenha sobre este assunto quero deixar claro os seguintes pontos:

  • O preconceito não pode estar ligado à homossexualidade
  • Qualquer indivíduo independente da sua opção sexual tem que ser visto como UM TODO e respeitado como tal

QUESTÕES?

  1. Se podem existir alterações hormonais e transmissão genética envolvida na expressão da homossexualidade podemos ou não considerar doença?
  2. As paradas gays são uma forma de expressão da homossexualidade?
  3. Os homossexuais devem adoptar crianças?
  4. A homossexualidade é anti-natura?
  5. Pode-se falar de "moda" nos dias hoje, na questão da homossexualidade?
  6. A Igreja deve condenar os homossexuais?
  7. Qual é a minha forma de lidar com homossexuais?

Espero que pelo menos tenha conseguido "perturbar" as vossas consciências....

Fico ansiosamente à espera das vossas respostas!

domingo, novembro 21, 2004

O livro do mês: "A arte de morrer"

Esta rubrica destina-se a aconselhar um livro de alguns que já li dos quais considero digno de destaque.
Este mês aconselho a leitura de um livro de Marie de Hennezel e de Jean-Yves Leloup que se intitula por "A arte de morrer". Esta magnífica obra é o resultado de uma reflexão a "duas vozes" que Marie de Hennezel (psicóloga clínica) e Jean -Yves Leloup (padre ortodoxo doutorado em teologia e filosofia) vêm desde há anos a fazer orientando "um curso"sobre a morte onde interrogam as tradições a partir da proximidade clínica com o sofrimento.
Numa sociedade dominada por valores de efectividade e onde o espiritual é suspeito, porque confundido com o religioso, a ideia da morte aparece como um tabu. De tal modo que há quem classifique de ridículo o ritual ainda hoje cumprido em alguns mosteiros, onde ao acordar, se recorda a precaridade da vida, ou que considere exótica a sabedoria budista, segundo a qual a morte é parte integrante da vida.
Fico também à espera de sugestões vossas para que com estas partilhas literárias possamos trocar experiências e possamos discutir sobre variadissímos temas.

Adoptou-se o conceito de "qualidade de vida" para dar resposta ao pedido de sentido emitido pelos terapeutas: que fazer quando já nada há a fazer?
Não será conveniente aprofundar esta contradição aparente: aceitar não compreender o porquê da morte mas viver plenamente o "mistério de existir e de morrer"?

quinta-feira, novembro 18, 2004

PENSO, LOGO DECIDO

PENSO, LOGO falo, estudo, invento sorrio, prometo, minto, colaboro, sinto, procuro, protesto, resisto, celebro, choro, grito, transformo, luto, sonho, desatino, escuto, observo, desejo, finjo, partilho, renego, reajo, temo, ignoro, aprendo, ofereço, esqueço, recebo, gozo, adiro, provoco, DECIDO.

quarta-feira, novembro 17, 2004

Pós-parto!

Sinceramente ainda me estou a habituar um pouco à ideia de ter um blog..Como em qualquer nascimento as primeiras horas são decisivas mas pelos feedbacks que tenho recebido penso que poderá ter uma vida próspera!
Desde já o meu obrigado pelas vossas mensagens de carinho que mais uma vez comprovam a amizade que nos une,mas deixeme-nos de lamechices e comecemos ao "trabalho".
Hoje comemora-se o dia do NÃO FUMADOR, e ao contrário de anos anteriores para além dos alertas, das campanhas surgem propostas sérias que visam combater esta toxicodependência, mais concretamente a proibição de fumar em todos os locais públicos.

  1. Concordam com esta medida?
  2. Que medidas deveriam ser implementadas na vossa opinião para combater este crescente aumento de fumadores principalmente na classe feminina?
  3. Será que se está perante mais uma acção das mulheres feministas?

Estou a provocar-vos de propósito mas penso que este é um tema sério de debate que abrange os fumadores passivos (felizmente ainda a maior parte) e os toxicodependentes.

COMBATAMOS DE UMA FORMA FIRME ESTA EPIDEMIA DO NOSSO TEMPO!!

FUMAR?! NÃO OBRIGADO!

terça-feira, novembro 16, 2004

Bemvindos!!!!

Olá a todos!Devem estar espantados com esta minha novidade mas tenho que acompanhar as novas tecnologias..Esta ideia surgiu com o intuito de eu poder juntar neste espaço alguns dos meus amigos e aproveitar de uma forma enriquecedora todos os vossos comentários sobre variadíssimos temas e assim dár-vos a oportunidade de muitos vocês se conhecerem entre si. Sabem,são as vicissitudes de "viajante",ora está-se num lado ora noutro, mas sempre por onde se passa deixa-se "sementes" e colhe-se "frutos" inimagináveis.Com isto,não quero que me deixem de telefonar mas penso que será uma forma engraçada de mantermos contacto de uma forma mais regular e descobrirmos diversas opiniões sobre temas sérios e engraçados.
Desde já,deixo-vos um grande abraço a todos aqueles que visitarem este "cantinho das trocas e baldrocas" e espero notícias vossas.
O AMIGO,
Carlos Carneiro